A Gastronomia de Bordo refere-se aos pratos feitos pelos cozinheiros a bordo das embarcações, durante as suas jornadas de trabalho. São pratos que nasceram no mar, durante as difíceis jornadas de pesca.

Argus navio bacalhoeiroNa pesca do bacalhau, ou Faina Maior como é conhecida, as viagens eram longas e árduas, e muitos eram os perigos à espreita. Ali, rodeados pelas gélidas águas do mar do Atlântico Norte, os pescadores recolhiam à messe para comerem uma refeição quente. Os cozinheiros dos navios tentavam atenuar o cansaço, e afastar saudades, servindo comida reconfortante confecionada com o ingrediente que tinham maior disponibilidade – o bacalhau. Muitos destes pratos utilizavam as partes “menos nobres” do bacalhau: caras, espinhas, samos e línguas, entre outras.

Condicionada pelos meios de conservação disponíveis a bordo, em que apenas se introduziu o frigorifico nos anos 30 do séc. XX, as receitas passavam pela utilização do pescado do navio e de alimentos facilmente conservados, como o feijão ou a farinha. Nasceram assim pratos como a Feijoada de Samos ou as deliciosas Pataniscas de Bacalhau. A Chora de Bacalhau, uma sopa reconfortante preparada com recurso à cabeça deste peixe, era particularmente reconfortante e ajudava a fazer frente ao frio glacial que se sentia naquelas latitudes.

Estes pratos tradicionais, nascidos no alto mar, foram trazidos para terra, para casa dos tripulantes dos navios bacalhoeiros, das suas famílias e dos restaurantes e tabernas onde se serviam refeições, passando assim integrar o património gastronómico da região.

 

 Ver Produtos